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Você já se perguntou quanto da sua saúde — mental, emocional, social — está sendo moldada, dia após dia, pelo ambiente de trabalho?

  • Foto do escritor: Luana Gabriela De A. Pereira
    Luana Gabriela De A. Pereira
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura
Já parou para pensar que passamos cerca de 1/3 da nossa vida trabalhando? E que o trabalho molda não só nossa rotina, mas também nosso jeito de sentir, decidir, viver?​

Eu já me fiz essas perguntas muitas vezes. E sigo me fazendo. Porque mais do que uma fonte de renda, trabalho é também expressão de quem somos. Ou pelo menos, deveria ser.​

Em 2018, participei do Shakti Fellowship, um programa global de liderança na Universidade de San Diego. Ali, compreendi que liderar não é sobre hierarquia ou controle — é sobre consciência. Liderar é, antes de tudo, escolher se transformar para então transformar o que está ao redor.​


Na Universidade de San Diego em 2019
Na Universidade de San Diego em 2019

Em 2021, mergulhei na formação em Pensamento Integral, baseada nos quatro quadrantes de Ken Wilber. Essa lente ampliou meu olhar: nenhuma mudança real acontece se não atravessar o interior e o exterior, o individual e o coletivo, o comportamento e a cultura, os sistemas e os sentimentos. Tudo está conectado.

Essa visão se entrelaçou com a leitura do livro Empresas que Curam, de Raj Sisodia e Michael Gelb. Um dos trechos que mais me tocou diz:​

“As empresas precisam parar de causar sofrimento e começar a curar. Elas têm esse poder. E essa é a nova fronteira da liderança.”

Mas antes que você pense que estou aqui para criticar as empresas, quero te contar: não estou. Também não estou aqui para terceirizar o problema.​


Não é raro ouvir frases como: “Estou doente porque a empresa é tóxica.”“Estou infeliz porque meu líder é assim.”“Estou mal porque o sistema é injusto.”

E sim, vivemos em um sistema que frequentemente prioriza o lucro acima de tudo. O capitalismo em sua forma mais crua ainda dita o ritmo em muitos lugares. Mas essa não é uma crítica ao resultado — porque é através dele que muitas transformações, impacto e inovação se tornam possíveis.​

O convite aqui é outro. É um chamado à consciência.


Porque se não agimos intencionalmente para algo, estamos — mesmo sem querer — sustentando o problema. Então a pergunta que me guia é:

Qual parte disso cabe a mim?

Qual parte cabe a você?

Como estamos influenciando — com nossas atitudes, silêncios, posturas — o ambiente ao nosso redor?​


Quando falamos sobre ambientes saudáveis, não falamos só da empresa. Falamos de gente. Gente que compõe, respira, constrói — e que também adoece, se esconde, se esgota.​


E é aí que entra a beleza (e a complexidade) do conceito de fractal. Um padrão que se repete em diferentes escalas e contextos. O que acontece no micro se reflete no macro. Os desafios da cultura organizacional são também os nossos. As contradições do sistema também habitam em nós. Por isso, não existe transformação do todo sem transformação do eu.​


O Brasil registrou, em 2024, 472.328 afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o maior número em uma década, representando um aumento de 68% em relação ao ano anterior Portal Contabeis. Entre as principais causas estão a ansiedade (141.414 casos) e episódios depressivos (113.604 casos).

Além disso, 67% dos trabalhadores brasileiros relatam que o estresse no trabalho afeta negativamente sua saúde mental, e 57% acreditam que seus superiores não estão preparados para lidar com questões de saúde mental sem julgamento .​

O artigo “A saúde mental e a organização do trabalho: uma abordagem psicossocial” (UFRRJ, 2016) afirma que:​

“O tempo no trabalho deveria ser também tempo de ser. De realizar-se como sujeito.”

E se o tempo é a arte de nos expressarmos — como estamos nos expressando? Estamos sendo potência ou resistência? Cura ou continuidade do problema?​


Eu acredito num novo paradigma.

Um onde resultado e leveza coexistem.

Onde autoconhecimento é bússola.

Onde cultura organizacional é espaço de cura — e não de fuga.​


É por isso que atuo como atuo. E do jeito que atuo. A cada plano estratégico, a cada grupo que facilito, a cada conversa sobre cultura ou liderança, estou colocando essa visão em prática:​

A visão de que organizações saudáveis não surgem por acaso — são cultivadas por pessoas dispostas a se ver, a se responsabilizar e a escolher servir à vida.


escritório

E se for pra deixar uma última pergunta aqui com você, que seja essa:

Qual ambiente você está criando — dentro e fora de você?

 
 
 

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